terça-feira, 31 de julho de 2007

Próxima paragem...

... num qualquer país onde a educação seja a prioridade número 1 do governo regente. É que não há pachorra para países pequeninos, onde todos ralham e ninguém tem razão. Todos roubam como podem e o que podem. Todos fazem o que querem e como querem.
Cada vez mais me convenço de que este país não vai evoluir às minhas custas.
States?! Pode ser que sim!!! É só ter oportunidade e xau-xau byebocas!!
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Às vezes dou comigo a pensar...

... mas para onde raio foi a minha inteligência?!

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quinta-feira, 26 de julho de 2007

30 seconds to mars

Quando o Jared se excita em palco, tudo se pode esperar: desde berros de cabra a números arriscados, Jared é o dono do palco.

A democracia que temos...

Sinceramente não percebo que raio de democracia é esta que dizem existir neste pequenino Portugal onde ainda, e cada vez mais, o factor c funciona, e onde estamos sujeitos aos caprichos de quem "manda mais que nós".
Cada vez mais, um curso superior não é para quem quer, mas para quem pode. Com a exorbitância que nos roubam dos bolsos todos os anos, assim me leva a pensar. São cerca de 1000€. MIL EUROS!!! de propinas por ano. E vemos alguns benefícios nisso?! Não, não vemos. Continuamos a trabalhar em condições deploráveis. Continuamos a ser alvo de um ensino pouco prático. É que realmente estudar anatomia por desenhos é muito prático. Ainda gostava de saber se os meus futuros doentinhos vão estar ligados a uma máquina qualquer que passe as suas entranhas para desenhos do Netter.
Mas o pior nem é isto. O que mais me revolta é que, acima de tudo na minha área, os nossos professores, para além de educadores, são também médicos (em hospitais, clínicas, no vão de escada, onde for preciso para suportarem uma vida de elite que eles dizem não conseguir aguentar com apenas o dinheirito que ganham no hospital, que muitas vezes dava para sustentar duas famílias de classe média-baixa). Mas tudo bem!!! Quem melhor que os próprios médicos para nos ensinarem sob influência da sua experiência? O problema é que o ensino, para estes senhores é, muitas vezes, encarado como um hobbie, onde não ganham tanto como poderiam ganhar a exercer medicina em qualquer outro lado. Assim sendo, fazem o que querem, como querem e quando querem. E aqui quem se lixa é sempre o mexilhão: o aluno, pois está claro!!!
Eu tenho, que tenho, uma grande admiração pelo meu professor de anatomia. É daqueles professores que não se esquece (quer para o bem, quer para o mal). É dos poucos professores daquela faculdade que dá o melhor de si, para melhor servir os alunos. Aulas excelentes, interessantes, cativantes que não nos fazem pensar NUNCA em desistir, nem mesmo quando as coisas não nos agradam. Ele sabe que tem valor e nós não fazemos esforço nenhum em dizer que, de facto, é uma pessoa que merece o nosso melhor desempenho nos exames.
O chatinho disto, é que este ano ele tornou-se professor agregado (ou whatever) na nossa faculdade, e os seus exames ou avaliações (ou whatever) foram feitas ao mesmo tempo que a nossa época de exames de fevereiro. Resultado: não teve tempo para preparar uma gincana ao nível que ele queria. Esperto e crente o suficiente, vai de fazer gincanas exactamente iguais às do ano anterior. Os alunos, caloiros, apesar de tudo (e contra tudo aquilo que se diz das bestas), não são tão burros e aparvalhados como dizem e vai de se aperceberem que as perguntas estavam a ser iguais. E como não andamos ali para tirar notas do lixo, deram entrada nas gincanas já a saber que respostas dar. Resultado: uma taxa de notas acima de 18, muito elevada.
Disto tudo, sobra no professor uma mágoa e uma vontade de "vingança". Não obstante, decide dificultar a vida a todos os alunos em junho. Mas esqueceu-se que quem tinha copiado, ou quem sabia das perguntas em fevereiro, foram os últimos a fazer as gincanas e não as Anas e afins que, como eu, tinham feito logo no início. Ora, a vingança acabou por prejudicar os justos nisto tudo, que fizeram as orais no próprio dia da gincana (qualquer coisa de "proibido", segundo as regras da Universidade de Coimbra).
Agora, a crise está em abordar o professor para falar sobre o assunto. Sabemos que não podemos ir para lá com 20 pedras na mão, também por uma questão de respeito e boa educação, mas também porque tememos que, qualquer que seja a abordagem, o carimbo nos seja estampado na testa e que a nossa vida se torne mais difícil naquele curso. E tudo porquê?! Porque apesar das propinas que pagamos, os nossos interesses nunca são defendidos, POR MAIS NINGUÉM, a não ser por nós próprios. E estamos sempre sujeitos ao poder dos professores.
Disto tudo, da anarquia que reina neste país de faz de conta, só me apetece esquecer que isto existe e cada vez tenho menos vontade de fazer alguma coisa para pôr isto a andar para a frente.
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quarta-feira, 25 de julho de 2007

Onde me revejo

"Na vida, concluiria um dia, todos têm direito a um grande amor. Uns achá-lo-iam no cruzamento perdido e com ele seguiriam até ao fim do caminho, teimosos e abnegados, até que a morte desfizesse o que a vida fizera. Outros estavam destinados a desconhecê-lo, a procurarem sem o descobrirem, a cruzarem-se numa esquina sem jamais se olharem, a ignorarem a sua perda até desaparecerem na neblina que pairava sobre o solitário trilho para onde a vida os conduzira. E havia ainda aqueles fadados para a tragédia, os amores que se encontravam e cedo percebiam que o encontro era afinal efémero, furtivo, um mero sopro na corrente do tempo, um cruel interlúdio antes da dolorosa separação, um beijo de despedida no caminho da solidão, a alma abalada pela sombria angústia de saberem que havia um outro percurso, uma outra existência, uma passagem alternativa que lhes fora para sempre vedada. Esses eram os infelizes, os dilacerados pela revolta até serem abatidos pela resignação, os que percorrem a estrada da vida vergados pela saudade do que poderia ter sido, do futuro que não existiu, do trilho que nunca percorreriam a dois. Eram esses os que estavam indelevelmente marcados pela amarga e profunda nostalgia de um amor por viver.
A vida é realmente um caldeirão de mistérios, a começar pelos mais simples, pelos mais ingénuos e inocentes, por aqueles que estão na génese da nossa existência."
in "A Filha do Capitão"
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segunda-feira, 23 de julho de 2007

Fantasma Anatómico - parte 2

Quem diz que a pior parte são os dias de exame de anatomia, engana-se!!! O pior são os dias depois do chumbo em que passo noites inteiras a sonhar com a oral do Professor Manuel Antunes!!!

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sábado, 21 de julho de 2007

O fantasma anatómico

Um médico que não saiba anatomia, é o mesmo que um jardim sem flores. Assim sendo, a avaliação desta cadeira é qualquer coisa de muito exigente (e ainda bem!!!).
É indescritível aquilo por que temos de passar para ter esta cadeira feita. Não me recordo de nenhuma outra avaliação que seja tão traumatizante e desgastante como esta. Só quem passa por lá é que compreende e percebe a verdadeira dimensão do aparato que se gera naquela faculdade em dia de exame de anatomia.
Confesso que Anatomia tem sido o meu calcanhar de Aquiles. Tem sido assim, porque esta é uma daquelas cadeiras que, chumbando uma vez, custa a fazer. Gera-se todo um pânico à volta dela, criam-se fantasmas e desenvolvem-se traumas, que nos dificultam, muitas vezes, a capacidade de lidar com a pressão que nos é imposta sobre os ombros.
O ano passado, de todas as vezes que lá fui, chumbei. Este ano, as coisas foram diferentes. Não me lembro de ter estudado tanto para o que quer que seja, nem me lembro de saber tanto para nada. A verdade é que na primeira gincana passei e com distinção (diga-se). Nesta segunda gincana, também porque medicina não é só anatomia, tive menos tempo para estudar e foi tudo visto num de repente. A uma semana do exame já achava que ia chumbar. E a verdade é que a preparação que tinha era muito pouca. Lá fui à gincana com a certeza de que em setembro lá estaria outra vez. E, inédito na minha vida académica, desejei não passar, verdade seja dita. E porquê, perguntam vocês. Simplesmente, porque me chamo Ana e, como tal, se passasse iria fazer 4 orais nessa mesma tarde (decisão tomada pelo regente na manhã anterior ao exame). Ora, o tempo de estudo tinha sido muito pouco para me preparar para a gincana, quanto mais para rever a matéria da primeira (que tinha sido em fevereiro). Apercebi-me que, passando na gincana, iria passar a maior vergonha de sempre nas orais, sem saber dizer nem ai nem ui.
Chegado o momento mais adorado do Senhor Alexandre (ele grita os nomes dos infelizes reprovados e o número de perguntas acertadas), o meu nome não foi proferido. E, pela primeira vez, entrei em pânico quando me apercebi de que passei. Pela primeira vez fiquei aborrecida por ter passado. Seguiram-se 10 minutos de almoço, uma hora de estudo e começam as orais. Eu sabia que numa delas iria enterrar-me. Na primeira passei, no limite. Na segunda passei, com boa nota. Começo a acreditar que é possível ficar com anatomia feita agora. A terceira oral corre bem também. E chega a oral de coração. Para a qual tinha a noção de que nada sabia. Professor Manuel Antunes chama-me e enquanto não me pergunta nada sinto o meu diabo e o meu anjo, um em cada ombro, numa discussão acesa, em que um me diz para desistir e o outro grita que quem chegou ali, pode ir mais longe. A verdade é que, na praia, acabei por morrer. Chumbei!!! Depois de um dia longo, o mais stressante de toda a minha vida. Depois de 2 gincanas e 3 orais, acabo por chumbar na última etapa.
Custou chegar tão longe e não ter conseguido acabar. Ver o fundo do túnel e perder o fôlego. Custou o estar quase e não conseguir.
Mas revisão feita a isto tudo, consegui chegar onde nunca pensei conseguir. E, em setembro lá estou, e acredito que nessa altura anatomia será feita.
***=)

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Para_anormais

A pedido de várias famílias, ei-lo!!! O verdadeiro!!! O regresso da trol!!!
Prometi a mim mesma voltar apenas quando sentisse que cá dentro nada mais havia que me pudesse fazer andar numa montanha russa de luas. Prometi que voltava com um espírito completamente novo. Prometi que um dia regressaria quando houvesse coisas interessantes para escrever. A verdade é que o turbilhão ainda gira aqui dentro. Ainda com muita facilidade passo de momentos de alegria com sorrisos bem esboçados para momentos de uma tão grande depressão, tristeza vá, que me levam a pensar: “não serei eu bipolar?!”.
A verdade é que as feridas não se curam com tanta facilidade e é verdade também que tudo o que vivi nestes últimos meses mexeu muito comigo, de tal forma que mudei muito radicalmente a forma como encaro as pessoas, os momentos e até mesmo os sentimentos que por aí andam.
Volto,então, porque prometi; porque já sentia falta de um espacinho meu e até de alguma interacção cibernáutica. Mas volto, sobretudo, porque quero, porque acho que é altura para tal.
Confesso que já andava desde alturas da Queima para recomeçar isto, mas surgiu assim de repente o problema do nome a dar.... e depois de tantas voltas lá surgiu este que, de forma alguma não pretende axincalhar quem lê isto!! lolol!!! Nada disso!!! Os anormais que lêem isto são aqueles que, de uma forma ou de outra, fogem à norma. Anormal nem sempre tem um sentido pejorativo. Os anormais são aqueles que se destacam por serem diferentes, o que nem sempre é mau. Eu gosto de ser "anormal":D
Tinha prometido que não iria voltar a escrever sobre as minhas fraquezas, e de facto, durante muito tempo andei debruçada sobre mim própria, andei afastada deste mundinho e pensava eu que assim evitava que os outros soubessem das minhas fraquezas. E de facto, isso aconteceu, só eu soube o que passei e como, mas a verdade é que me apercebi de que não sei, ou melhor, ainda não me habituei a escrever sobre outras coisas que não fossem as minhas nóias. E daí veio também todo este tempo que dei a mim própria e ao blog: tentei encontrar em mim motivos para escrever só coisas boas. A verdade é que a vida (muito menos a minha) não é feita apenas de coisas boas. Não menos verdade é o facto de eu escrever quando não consigo extravasar coisas tão fortes (boas ou más) em actos; recorro, portanto, muitas vezes à escrita quando o coração não acompanha o pensamento. Escrevo na tentativa de os sintonizar.
Com isto tudo percebi que não vale a pena fugir daquilo que sou. Não vale a pena privar-me daquilo que gosto de fazer, ou que me dá algum prazer fazer. Soube-me bem e, acima de tudo, fez-me bem este afastamento, mas chegou a hora de regressar. Portanto, aqui estou eu, para mais umas aventuras, mais ou menos interessantes.
E agora terminada a época de exames, há que dar utilidade ao tempo a mais de que disponho agora.
***=)