segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Acabo por concordar

"PANELEIRAGEM
Si esas personas (gays) quieren vivir juntas, vestirse de novios y casarse, pueden estar en su derecho, o no, según las leyes de su país: pero que a eso no lo llamen matrimonio, porque no lo es. Hay muchos nombres posibles: contrato social, contrato de unión" (El País)
E pronto. A Rainha Sofia confessa uma opinião pessoal sobre o matrimonio gay para o
livro de Pilar Urbano e é o fim do mundo. Não está contra a homossexualidade nem contra a união ou a equiparação de direitos, em nenhum momento acha ofensivo que se amem duas pessoas do mesmo sexo, só diz que não se deve chamar matrimónio. Mas coitados dos gays! Como se ataca a paneleiragem desde a Monarquia! Decapitação já! Viva a III República! E nas televisões, jornais, rádios e sedes de partidos políticos exige-se um pedido de desculpa, o exílio e a amputação da mão direita porque a Rainha ofende uma parte da cidadania, porque é antidemocrática, porque é retrógrada, porque questiona os direitos dos maricas, porque é insensível, porque faz chorar às paneleiras nacionais e porque vivemos num Estado onde se pode ser antimonárquico e queimar fotos dos reis sem que seja considerado delito, mas que não aceita que se opine sobre a homossexualidade em contra da linha oficial do parece bem. E disto ninguém fala, da ditadura do politicamente correcto, da proibição de falar sobre determinados temas que ofendem sensibilidades das minorias. E as minorias sempre são as mesmas: gays, mulheres, o étnico em geral e muçulmano em particular. É ofensiva a postura da Igreja Católica sobre o sacerdócio feminino mas aceitável que as mulheres islâmicas se cubram como múmias para respeitar os preceitos machistas do Corão, a Monarquia é antidemocrática mas em Cuba que viva Fidel, as corridas de touros são uma massacre mas a mutilação feminina é compreensível em algumas sociedades africanas.E, já que estamos, no que toca à homossexualidade, ao matrimónio gay, à possibilidade de adopção, às festas do orgulho, à paneleiragem, não se pode dizer nada sem que se nos acuse de intolerantes, quando precisamente são eles, os colectivos de direitos, as ilgas e as ligas de defesa, os que não aceitam uma opinião que vá contra o discurso oficial do amor ao gay em geral, como se tivessem que ser aceites com a maior das naturalidades por toda a população tendências sexuais que até há menos de 20 anos eram motivo de prisão. Lá porque Zapatero tivesse achado essencial legislar a homossexualidade não quer dizer que todo um país tenha que mudar de opinião de um dia para o outro em nome do politicamente correcto, só para não ofender uma minoria que nem sequer chega ao 5% da população, que não me representa e que nunca ouvi defender os meus direitos como mãe não lésbica e emigrante. É que se nos vamos pôr com exigências eu também já estou farta de anedotas sobre o bigode das portuguesas."
Nada mais a acrescentar. E respeito os direitos e a liberdade de cada um. Não vamos querer ir a extremos, pois não?

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