Depois de 8 horas de espera eis que finalmente ouves o teu nome.
Chegou a hora. Não há como voltar atrás. O coração dispara, as mãos parecem não querer controlar-se. O ambiente é pesado: batas brancas com caras desalmadas que ainda tentam sorrir na tentativa de um qualquer ânimo, se é que ele é possível.
Toca a campainha. Um som aterrador! Lembra prisões, hospícios, filmes de terror! E é que parece mesmo! Fazemos parte dele e somos nós os actores.
Toca a campainha. Levantamos, sentamos. Um ritual cada vez mais perturbador!
Toca a campainha. A música é estupidamente irritante, faz tremer, faz querer desaparecer!!
Toca a campainha. És tu a seguir, não podes fugir, não te podes esconder (e a vontade é tanta), está na tua hora.
Toca a campainha. É para ti, escreves o nome e ficas uma eternidade a ver caras aterrorizadas, confusas, a desesperar. Sabes que o mesmo acontecerá contigo. O coração já não quer ter o seu lugar, anseia por sair, não está a ajudar, está a deixar-te pior.
Toca a campainha. A confusão, o terror, o saber que sabemos responder e não sai, não sai naaadaaa!
Toca a campainha. E o fim. E o fim de um dia gigante, demasiado esgotante, um dia para esquecer!!! E as lágrimas caiem!!!!!!
Vamos esquecer! Vamos fazer melhor! E acreditamos que na próxima será melhor!!!
É isto que se sente numa primeira gincana. Quando tudo é novo, estranho e medonho. Quando as coisas não correm tão bem como o esperado. Quando tudo nos parece mais difícil do que na realidade é. Porque anatomia não é difícil. Exige trabalhos árduos e repetidos. Mas difícil não é. A avaliação, essa sim é uma prova de esforço, mais do que um teste à nossa sabedoria.
Ao fim de umas 6 gincanas, o sentimento continua a ser o mesmo.Talvez pior, porque o fantasma anatómico já nos acompanha e assombra e parece cada vez mais assustador.
Mas tudo se faz. Claro que se faz!!! E quem corre por gosto não cansa.